É curioso ouvir muitos empresários queixarem-se da dificuldade em encontrar bons candidatos para as suas organizações, mesmo quando estamos perante uma das gerações com mais formação de sempre no nosso país.
Por um lado, temos as empresas que manifestam sentir dificuldade para atrair e, mais ainda, para reter talento. Por outro, temos os candidatos que se queixam da falta de oportunidades, apesar das suas qualificações académicas e formação, alegando ser quase obrigados a sair à procura de oportunidades fora de Portugal.
Então, o que estamos a fazer de mal? Porque há esta dissonância de perceções? Além de aspetos micro e macro económicos que podem influenciar e de facto, influenciam a promoção do emprego, há um objetivo pendente denominado Employer Branding, que deve ser trabalhado pelas empresas se querem ser entidades atrativas e sobretudo, competitivas.
As grandes multinacionais descobriram há muito tempo o poder do Employer Branding na melhoria da performance das suas organizações. Não é por acaso que empresas como a Google, a Starbucks ou a IBM – entre outras muitas – focam os seus esforços na implementação de estratégias de que tornem as suas marcas mais atrativas e inspiradoras. Mas…. O que é o Employer Branding e porque é tão importante para uma organização?
Podemos definir o Employer Branding, ou marca do empregador, como a estratégia seguida pela empresa para transferir uma imagem atraente, que a posicione como um local de trabalho atrativo junto de potenciais candidatos assim como retenha em simultâneo os colaboradores mais talentosos.
Perguntemo-nos, então, que fatores influenciam a forma como os públicos internos percecionam a identidade das organizações enquanto empregadoras. Assenta apenas os sistemas de retribuição salarial que oferece? Os benefícios sociais? A cultura organizacional? Os planos de carreira?
Tudo culmina na criação de uma ideia de reputação criada no universo simbólico dos colaboradores. Se queremos ser atraentes para o potencial capital humano, devemos trabalhar no Employer Branding da nossa organização.
Recentemente, tive a oportunidade de ouvir no 27º Get Together do Observatório da Comunicação Interna sobre o tema “Employer Branding”, as estratégias que as empresas líderes nos seus setores, como Banco Santander Totta ou Schneider Electric, estão a implementar para se tornarem numa referência na proposta de valor que apresentam aos seus potenciais candidatos e colaboradores.
Estas organizações não são alheias à ideia de que para “seduzir” os perfis mais brilhantes e talentosos, devem trabalhar a sua reputação enquanto companhias empregadoras de qualidade e estão a focar a sua estratégia de marca nesse sentido.