Como afirma Daniel Newman (2016), a transformação digital já não é uma opção. Efetivamente, para sobreviver num mercado em constante transformação, as organizações devem ser capazes de se movimentar rápida e eficazmente. A relação com a tecnologia é fulcral neste processo, assim como a aceitação da mudança. Uma não vive sem a outra.
Se os Millennials foram considerados “a geração da Internet”, o grupo que se lhes segue, a geração Z, só pode ser composto por verdadeiros nativos digitais. Todos o sabemos: ainda antes de atingirem os dois dígitos de idade, os Zs enfrentam o mundo virtual com uma naturalidade indiscutível. Cabe aos adultos seguirem o seu exemplo e adaptarem-se a esta nova realidade, em que tudo, até o bloco de notas, cabe no interior de um ecrã pixelizado. E se, a nível pessoal, se compreende a opção de manter o bloco de papel, a nível profissional não há qualquer vantagem em resistir à mudança; deve, sim, procurar-se utilizá-la de forma construtiva. O sistema de ensino começa a dar os primeiros passos nesse sentido.
Note-se que “transformação digital” não diz respeito apenas à tecnologia; refere-se à comunhão entre o poder da tecnologia e o poder de uma cultura que aceita a mudança que esta pode trazer à organização (Newman, 2016). Qual é, então, a vantagem do digital para as empresas? Mais: qual é o interesse das marcas em marcar presença na esfera virtual e em chegar a novos consumidores, entre os quais estes jovens? A resposta é simples: o virtual é o mercado tão válido como qualquer outro, e (ainda) se encontra em verdadeira expansão.
A geração Z distingue-se das anteriores pela rapidez e naturalidade com que circula entre apps. Nesta ótica de leitura rápida, os jovens desenvolveram aquilo a que se denomina “brand blindness”: saltar anúncios, evitando tudo o que se pareça com publicidade. Ora, isto lança um grande desafio às marcas – para além da adaptação ao rápido movimento do mundo virtual, há que compreender as necessidades daqueles que são os consumidores do futuro. E essas necessidades passam pelo pragmatismo, pela busca de credibilidade e pela recompensa emocional associada a cada contacto, a cada experiência, a cada compra. É aqui que entra a estratégia digital.
Para Igor Carvalho, consultor na Atrevia “as empresas com maturidade digital são 26% mais lucrativas que os concorrentes”. Há, então, que ter uma forte presença em Social Media, realizar frequentemente análises de dados e desenvolver boas estratégias no que toca ao e-commerce. Escusado será dizer que as publicações geram cliques, os cliques geram compras, e as compras constituem receitas; e que os comentários e partilhas, por sua vez, contribuem para criar engagement. E este último é tão importante para uma marca de cosméticos como para uma instituição de cariz cultural ou uma ONG. A presença digital é, poderíamos afirmar, obrigatória nos dias que correm. Por isso chega de resistências infrutíferas: o digital veio para ficar. Reinvenção e adaptação são as palavras de ordem. Vamos a isso?